domingo, 29 de abril de 2007

Amor e Tesão

"Os relacionamentos amorosos, sejam eles somente sexuais ou aqueles que viram namoro ou até mesmo casamento têm um componente em comum: o tesão. Os indivíduos, ao se encontrarem, são movidos pelo tesão que o outro inspira. Os olhares, os primeiros contatos são impelidos por esta “química” que acontece entre duas pessoas. O elemento tesão não é universal, funciona de formas diferentes para pessoas diferentes. O que gera um grande interesse para uns não necessariamente será para outros. Por isso, não existem modelos de beleza ou de pessoas que sejam unanimidades.
Quando duas pessoas se conhecem, antes mesmo de trocarem palavras, elas são chamadas uma para a outra por certas características físicas que são agradáveis. Se acontecer do tesão aparecer, acontecerá o sexo ou o relacionamento. Caso contrário, este encontro poderá se tornar uma grande amizade ou nada. Para acontecer o sexo, é imprescindível que haja a vontade de praticá-lo com aquela pessoa.
O tesão não é somente físico, ele pode ser psicológico, como por exemplo, um bom papo ou uma companhia agradável. E ele pode surgir no decorrer da relação que está se estabelecendo entre essas pessoas. Quantos já foram surpreendidos pelo desejo de que aquele amigo seja mais que amigo? Ou quantos se pegaram interessados por um colega que antes não prestavam tanta atenção? Isso pode acontecer, quando o tesão surge, a relação passa pra outro nível, proporcionando o encontro corporal entre duas pessoas.
Na mesma linha de pensamento, quando o tesão acaba, a relação pode estar fadada ao insucesso. Quando um dos parceiros não sente tanta vontade de estar com outro, não sente necessidade de sexo, ou ainda, procura sexo com outras pessoas, é o tesão por aquele indivíduo que acabou. E isso é tão real que muitos casamentos já terminaram por causa disso.
É claro que o tesão é compartilhado com outras coisas, como a vida afetiva saudável ou o bom relacionamento entre a dupla, mas neste artigo será explorado somente a questão do desejo, da química, do tesão propriamente dito. E estes elementos não são racionais, são parte do inconsciente de cada um e de como ele é ou não receptivo ao outro. Por isso que existem as pessoas que chamam ou não a atenção da outra, por isso existem as ficadas, os amores, os casamentos. Sem tesão, os indivíduos teriam relações furtivas uns com outros, mas não se manteriam em um relacionamento.
O próprio prazer sexual tem a ver com a questão do tesão. Se o desejo não é grande, o prazer pode não acontecer, ou ser menor do que se esperava. Assim como a maioria das questões das vidas dos indivíduos, a vontade de estar lá, de realizar determinada ação é a mola propulsora pra que tudo aconteça. Nos relacionamentos, esta mola é o tesão.
Por melhor que possa ser o outro, sem tesão, a relação não passa de amizade. Porém, se ele existir, é muito difícil que não aconteça uma relação sexual, ou até mesmo uma relação mais profunda. Tesão e amor acabam andando juntos nas relações mais duradouras."

Anne Griza

quarta-feira, 25 de abril de 2007

25 de Abril

Na noite passada o meu sono esteve inquieto e o corpo não pedia descanso
Corri à cozinha para beber um copo de leite e liguei a tv
Tive a sorte de ao escolher o canal 2 e poder ver um programa que passava sobre a revolução

Fantástico!
Ouviam-se testemunhos de variados tipos e despertaram-se a atenção especialmente os seguintes:

  • o preso político que quase ofereceu a vida por um ideal e que hoje está desempregado
  • a retornada de Angola que chora ao lembrar a vida que deixou para trás e que nunca mais recuperou
  • a trabalhadora do campo nas searas do alentejo que hoje é empregada doméstica
  • o empresário que fugiu para o Brasil com a família e voltou 4 anos depois

Foi bonito ver o alívio e entusiasmo do povo gritando "O povo unido já mais será vencido".

Gostei também de recordar algumas músicas que hoje são emblemáticas e que ficarão para sempre na nossa memória, mesmo na daqueles que como eu aprenderam a ouvi-las perante a alegria dos nossos pais.

Foi comovente assistir à libertação dos presos que se mantiveram firmes lutando contra alucinações e torturas, ao regresso dos combatentes a 31/12/74 que fugindo do ruído do fogo de artifício pensando em bombardeamentos.

Mas decepcionou-me ao constatar que quem nos governa hoje não lutou por este regime nem parece seguidor daqueles que o fizeram. A liberdade é boa, para mim sempre o foi porque não tenho termo de comparação, mas o desemprego e as condições de vida da minha geração não parecem frutos de uma revolução libertadora de uma ditadura.

Somos filhos de pais que educaram licenciados (obrigada ao sr. 1ºministro por isso) e contraiem empréstimos com a maior das facililidades, mas serão estas as nossas oportunidades?

terça-feira, 24 de abril de 2007

Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância,eu estava no lugar certo,na hora certa,no momento exato.
E, então,pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que a minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra as minhas verdades.
Hoje sei que isso é... Autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meucrescimento .
Hoje chamo isso de... Amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é... Respeito.

Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável.
Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo.De início, minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... Amor-próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... Simplicidade.

Quando me amei de verdade, desisti de querer ter sempre razão e, com isso, errei muito menos vezes.
Hoje descobri a... Humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o Futuro.
Agora, me mantenho no presente,que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez...
Isso é...Plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que a minha mente pode me atormentar e me decepcionar.
Mas quando eu a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é....Saber viver*

C. Chaplin

terça-feira, 17 de abril de 2007

Amigos

Há já alguns anos que penso nisto
Que há já muito tempo vivo só comigo
Que não sei o que é cultivar uma amizade
Que não sei estar lá
Que não estão comigo

Sempre me dediquei a outras conquistas
egoístas, sempre separei mais do que uni
Que sempre fuji daqueles que me procuram
Que fujo muito de mim própria

Que tenho medo, que tenho muito medo de aceitar
Que não consigo aceitar que afinal foi tudo diferente
Que não me tornei a mulher que queria ser
Que não fui a filha, a irmã que eles queriam

Que não entendo porque construíram a minha vida
Que não entendo porque deixei que o fizessem

Porque me tenho que limitar aquilo que não quero
Porque sou igual aqueles que critico

Porque começo a perder as forças no momento que devia ser feliz
Porque escolho sempre as pessoas erradas
Porque tenho este orgulho que me persegue

Porque insisto nos meus sonhos quando já nada resta deles?
Porque sinto falta de ser amada, se não sei amar?

sábado, 14 de abril de 2007

A lição da borboleta

"Um dia uma pequena abertura apareceu num casulo; um homem sentou-se e observou a borboleta por várias horas, conforme ela se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco.
Então pareceu que ela havia parado de fazer qualquer progresso.
Parecia que ela tinha ido o mais longe que podia, e não conseguia ir mais.
Então o homem decidiu ajudar a borboleta: ele pegou uma tesoura e cortou o resto do casulo. A borboleta então saiu facilmente.
Mas o seu corpo estava murcho e era pequeno e tinha as asas amassadas.
O homem continuou a observá-la, porque ele esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo qeu iria se afirmar a tempo.
Nada aconteceu! Na verdade, a borboleta passou o resto de sua vida restejando com um corpo murcho e asas encolhidas. ela nunca foi capaz de voar.
O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar não compreendeu, era que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura é o modo pelo qual Deus faz com que o fluído do corpo da borboleta vá para as suas asas, de forma que ela fique pronta para voar logo que esteja livre do casulo.

Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos em nossa vida.
Se Deus nos permitisse passar através das nossas vidas sem quaisquer obstáculos, ele nos deixaria aleijados. Nós não iriamos ser tão fortes como poderiamos ter sido. Nós nunca poderíamos voar.

Eu pedi forças... e Deus deu-me dificuldades para fazer-me forte.
Eu pedi sabedoria... e Deus deu-me problemas para resolver.
Eu pedi prosperidade... e Deus deu-me cérebro e músculos para trabalhar.
Eu pedi coragem... e Deus deu-me obstáculos para superar.
Eu pedi amor... e Deus deu-me pessoas com problemas para ajudar.
Eu pedi favores... e Deus deu-me oportunidades.

Eu não recebi nada do que pedi... mas eu recebi tudo de que precisava."

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Duas Quadras

Não sei se tens reparado
Quando passeia, o luar
Pára sempre à tua porta
E encosta-se a chorar;

E eu que passo também
Na minha mágoa a cismar
Paro junto dele, e ficamos
Abraçados a chorar!

Florbela Espanca

A Chatice

"A frase que mais vezes ouvi enquanto andava na escola, no País dos anos 70 e 80, era um conselho tintado de profecia: Quando trabalhares, a única coisa importante é que gostes daquilo que fazes. Suspeito de que tenham dito o mesmo a pessoas da minha idade que recolham lixo, limpem fossas ou trabalhem numa bilheteira de um terminal de autocarros. Não admira que possamos supor que se sentem traídas, odeiem o que façam e sonhem todos os dias com férias, E que provavelmente desejem para os seus filhos que estes façam qualquer coisa de que gostem e na qual se sintam realizados, pessoal, profissional e financeiramente.

Que desejo eu para o futuro dos meus filhos? Não lhes posso prometer que vão ser felizes ou que vão gostar daquilo que estão a fazer- sejam astronautas, decoradores ou chefes de repartição. A vida é deles e essas conquistas também. Essencialmente, e se pudesse, desejaria que eles se sentissem autónomos para poderem escolher seja lá o que for que esteja em causa e que sentissem que o caminho que tomaram os levará a algum lado. Se não levar, podem sempre voltar atrás e contar comigo. Um sintoma de que isso estaria a acontecer seria não terem permanentemente um desejo infinito de férias e de escapismo. Porque, como bem sabemos, as férias só são férias porque acabam."

Pedro Boucherie Mendes

domingo, 1 de abril de 2007

O tempo não passa

Hoje sei que tenho que voltar a mergulhar para bater asas
Espelhar as minhas desilusões em ti não me trará nada de novo
Sem querer torno os meus sonhos páginas de vida num caminho solitário

Luto por construir a minha colónia
Mas entre avanços e recuos perco as forças
Onde estás que não me ouves?

Já não sei se me dedique a ti ou a mim
Sinto que já lá estive mas que me perdi

Enquanto isso conto as horas e os minutos
E lembram-me que sou jovem

A Abelha Rainha

A rainha é a personagem central e mais importante da colméia. Afinal, é dela que depende a harmonia dos trabalhos da colônia, bem como a reprodução da espécie.
A rainha é quase duas vezes maior que as operárias e vive cerca de 3 a 6 anos. A sua única função, do ponto de vista biológico, é a postura de ovos, já que ela é a única abelha feminina com capacidade de reprodução. Mas a abelha rainha desempenha um importante papel do ponto de vista social: Ela é a responsável pela manutenção do chamado 'Espírito da colméia', ou seja, pela harmonia e ordenação dos trabalhos da colônia. Ela consegue manter este estado de harmonia produzindo uma substância especial denominada ferormônio, a partir de suas glândulas mandibulares, que é distribuída a todas as abelhas da colméia. Esta substância, além de informar a colônia da presença e atividade da rainha na colméia, impede o desenvolvimento dos órgãos sexuais femininos das operárias impossibilitando-as, assim, de se reproduzirem. É por essa razão que uma colônia tem sempre uma única rainha. Caso apareça outra rainha na colméia, ambas lutarão até que uma delas morra.
A rainha é criada numa cápsula denominada realeira, na qual é alimentada pelas operárias com a geléia real, produto riquíssimo em proteínas, vitaminas e hormônios sexuais. É precisamente, esta "superalimentação" que a tornará uma rainha diferenciando-a das operárias. A geléia é o único e exclusivo alimento da abelha rainha, durante toda sua vida.
A abelha rainha leva de 15 a 16 dias para nascer e, a partir de então, é acompanhada por um verdadeiro séquito de operárias, encarregadas de garantir sua alimentação e seu bem-estar. Após o quinto dia de vida, a rainha começa a fazer vôos de reconhecimento em torno da colméia. E a partir do nono dia, ela já esta preparada para realizar o seu vôo nupcial, quando, então, será fecundada pelos zangões. A rainha escolhe dias quentes e ensolarados, sem ventos fortes, para realizar o vôo nupcial.

O Vôo Nupcial
Somente os zangões mais fortes e rápidos conseguem alcança-la após detectar o ferormônio. Localizada a "princesa", dá-se início à cópula. No entanto, os vários zangões que conseguirem a façanha terão morte certa e rápida, pois seus órgãos genitais ficarão presos no corpo da rainha.
O vôo nupcial que a rainha faz é o único em sua vida. Ela jamais sairá novamente da colméia, a não ser para acompanhar parte de um enxame que abandona uma colméia, para formar uma nova. Ao regressar de seu vôo nupcial, a rainha se apresenta bem maior e mais pesada. Passará a ser tratada com atenção especial por parte das operárias, que a alimentam com a geléia real e cuidam de sua higiene. Se a jovem rainha é, por exemplo, devorada por um pássaro durante seu vôo nupcial, sua colméia de origem fica irremediavelmente fadada à extinção.
Uma ocasião grave é quando elas percebem que a mãe de todas já não tem a mesma energia. Sendo uma família forte, decididamente não se permite enfraquecer. Então concluem que é hora de chamar à vida uma nova rainha. Numa colméia forte sempre há realeiras em construção: é uma questão de sobrevivência no caso de algum acidente acontecer com a mestra. Sendo esta, porém, prolífica, não é permitido a estas realeiras desenvolverem-se normalmente - a não ser nestas ocasiões especiais. Neste caso, uma rainha cuja energia se acaba é sinal para as realeiras seguirem seu curso. Tendo garantida uma ou mais princesas em formação, é necessário eliminar a velha mãe. Uma abelha comum nunca ferroa uma rainha; ela sequer lhe dá as costas. Assim elas são obrigadas a usar uma tática "sutil". Formam uma bola em torno da idosa senhora e ali a vão sufocando até a morte; e a rainha, compreendendo sua sina, não procura resistir. Terminada esta etapa, começam a nascer as novas princesas. Só pode haver uma rainha na colméia, e a primeira que emerge logo procura as outras realeiras para as destruir. Se duas nascem simultaneamente, lutam entre si, e vence a mais forte. A única sobrevivente segue seu curso normal para se tornar mais uma rainha completa. É interessante que neste momento toda uma família dependa de um único indivíduo para sua sobrevivência.
A rainha também não aceita a presença da princesa, mas as operárias já decidiram que outras princesas devem nascer, e o objetivo não é substituir a mestra, e sim dividir a família em um ou mais enxames; portanto não permitem as lutas naturais.
Depois que as princesas nascem, um grupo de operárias dirige-se aos reservatórios de mel e enchem seus estômagos até não caber mais uma gota. Este grupo, normalmente bem numeroso, prepara-se para partir. Por algum mecanismo desconhecido convocam a rainha para a viagem. Logo sai da colméia uma nuvem de abelhas, a rainha entre elas, e alguns zangões. O enxame não vai muito longe. Pousa em alguma árvore ali por perto, e algumas abelhas mais experientes, na qualidade de escoteiras, partem em busca de um novo local para habitar.
Quando as abelhas escoteiras retornam, há um "conselho" para decidir qual o rumo a tomar. Uma vez tomada a decisão elas partem para um vôo mais longo. O enxame pode ainda parar outras vezes. Às vezes o local escolhido não agrada ao grupo, que então aguarda por ali, para que nova pesquisa seja feita. Quando o grupo encontra o lugar adequado, começa a construção do novo ninho. As abelhas engenheiras escolhem então o ponto mais central do que puder ser chamado de teto; ali formam um bolo compacto e começam a gerar calor usando a reserva de mel que trouxeram no papo. As abelhas que ficaram no centro da bola encarregam-se de produzir cera, e logo é possível visualizar uma fina folha de cera vertical se formando. Em seguida algumas abelhas iniciam a construção dos alvéolos hexagonais, de ambos os lados da lâmina, seguindo uma intricada arquitetura que aproveita todos os espaços e ângulos da melhor maneira possível. Os alvéolos são construídos de forma a terem uma leve inclinação para cima, evitando que o seu conteúdo escorra para fora.
É fascinante observar as abelhas construírem os favos. Encostam-se umas às outras pelas patas e começam a secretar e mastigar pequenas escamas de cera; pouco depois as colocam e amoldam até completar o favo (de cima para baixo).

Em http://www.saudeanimal.com.br/